Cem dias de LULA
Ao analisar a conjuntura, não se pode ser otimista, nem pessimista, mas realista. Pois, a realidade não está pronta: tudo pode ser construído, desconstruído ou reconstruído.
O que move o mundo e a história é a luta entre quem trabalha e quem se apropria das riquezas. Para saber como está a situação hoje, é preciso saber como estava antes.
O país vivia uma crise econômica, política, ambiental, ideológica e geopolítica. O setor dominante para seguir lucrando fez reformas, deu golpes e fez prisões.
Na falta de um líder que canalizasse suas propostas, apostaram num aventureiro. A extrema direita avançou a proposta fascista que junta milícia, militar e fundamentalistas.
A pandemia, com mais de 700.000 mortos, desnudou e acelerou as crises e possibilitou o ambiente de caos propício para um regime autoritário. A extrema direita se fortaleceu.
Muitos setores descontentes pelo desmonte do Estado, quebradeira econômica, negacionismo e isolamento internacional, tentaram criar uma 3ª.via por não aceitar o petismo.
Lula surge como a Liderança capaz de unir a nação contra o bolsonarismo. Inocentado e solto, candidatou-se, propôs um pacto social e uma frente eleitoral ampla.
Foi uma grande vitória eleitoral, contra um candidato que tinha rios de dinheiro, a estrutura do Estado e do governo, muitas igrejas, militares, policiais, rede social e milícias.
A vitória não foi a chegada no Paraíso. Já na semana da posse, a extrema direita tentou um golpe que foi rejeitado pela sociedade e apoio de grandes países.
A elite logo tratou de apresentar propostas e escolher ministérios. E muitos do campo popular foram ocupar espaços no governo, pensam em fazer as mudanças “por dentro”.
Outra parte viu a necessidade de ter gente no palácio, mas crê que a vitória é apenas um “respiro”, um tempo para reorganizar-se e preparar-se para as novas batalhas.
Foi uma festa a escolha de ministros comprometidos, em muitos setores, mas lhes falta recursos para realizar propostas. É preciso baixar juros e conseguir créditos.
Essa parte diz que o governo Lula depende de crescer em popularidade, através das políticas sociais, e do aumento de investimento na produção e na criação de empregos.
As viagens de Lula reatam a relação internacional, estreita intercâmbios, aumenta trocas e busca investimentos para garantir a soberania e a solução dos problemas do povo.
A Amazônia, cobiça do Mundo, é um trunfo. Pode evitar o aquecimento global, o fim do mundo, trocar a poluição por credito de carbono ou criar o capitalismo verde.
A guerra da Ucrânia, a proposta da paz negociada e o aumento das negociações com a China foram tomadas como saída da posição de neutralidade e afronta ao Tio Sam.
Os EUA reagem e sua mídia passa a desqualificar Lula. Os ‘donos do mundo’ querem um Brasil obediente com medo do modelo chinês e do dólar não ser a moeda oficial.
Biden (capital americano) dá vários passos: 1º.” conversar” (ditar regras); 2º. “pressionar” (submeter); 3º. se resistir “derrubar” (por golpes ‘suaves’, ‘democráticos’ ou ditatoriais).
Resta um tempo curto para a luta popular criar força própria, disputar as políticas de estado e de governo, preparar-se para resistir às tempestades e defender o governo.
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